Local

terça-feira, 16 de julho de 2013

A cultura e a internacionalização produtiva brasileira na Bolívia


O Brasil é o protagonista na América do Sul, mas ainda tem um longo caminho para consolidar essa posição diante da complexidade do continente. Há inúmeras faces a serem desveladas além das fronteiras. Nossos vizinhos, ‘próximos e tão distantes’, buscam suas próprias integrações e nem sempre levam em conta o ‘gigante’ que, embora esteja ao lado, ainda continua de costas. Tomemos, por exemplo, o caso da Bolívia. Nesse país, as corporações globais investem na exploração dos grandes recursos naturais. Lá, um presidente da etnia aimará está no topo da política num país que abarca uma enorme população de indígenas e mestiços, os mesmos que têm menos acesso às benesses do crescimento que literalmente brota das profundezas. Sim, porque os investimentos realizados na Bolívia são principalmente os originados dos recursos naturais, abaixo da superfície. Lá está o petróleo, o gás natural, o cobre, o lítio, etc. São feitos negócios com chineses, indianos, russos, venezuelanos, peruanos, numa dinâmica própria que não deve ser ignorada pelo Brasil. Um país que, segundo os dados da ONU (Organização das Nações Unidas), possui um IDH de 0,663 é um mosaico de poucos ricos e muitos pobres. Na Bolívia o que diferencia são os tons retratados na multiplicidade cultural e o alto desiquilíbrio entre estudados e não estudados, segurança e insegurança, justiça e injustiça, além da corrupção, o menor acesso às condições básicas de saúde, segurança, educação e cultura. É uma nação que possui uma geografia diversificada e múltiplas faces, etnias, religiosidades que mesclam na autodenominada nação plurinacional do governo Morales. Uma dicotomia governamental que está entre a luta e a rendição à globalização.(Renato Dias Baptista)