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terça-feira, 7 de outubro de 2008

Qual a sociedade que queremos? Qual o trabalho que temos?





"A política trata do que há de mais complexo e mais precioso: a vida, o destino, a liberdade dos indivíduos, das coletividades, e, por conseguinte, da humanidade. No entanto, é na política que reinam as idéias mais simplistas, menos fundamentadas, mais brutais, mais mortíferas. É o pensamento menos complexo que reina nessa esfera que é a mais complexa de todas". Edgar Morin "Para sair do século XX".


As tecnologias geram a redução de pessoas, modificam processos e redesenham necessidades cognitivas para o trabalho. Elas requerem estratégias multidisciplinares, pois impactam em todo o sistema, como uma rede, todos sofrem os efeitos. Há organizações que pouco investem em tecnologias e, conseqüentemente, tendem em possuir trabalhadores distantes das novas formas de trabalho. Mas quando adquirem tecnologias, tornam-se ambientes de extrema tortura, pois não permitem que os trabalhadores recomponham seu aprendizado. Por outro lado, o investimento massivo e continuo trouxe novas enfermidades físicas, psicológicas, sociais. O imediato tornou-se mote corporativo. Assim, as atitudes de rigidez na gestão de pessoas e exigências autoritárias para a mudança comportamental podem criar ambientes extremamente instáveis. Nem mesmo as normas de qualidade significaram, para muitas corporações, uma mudança cultural. É preciso abrir a ferida de uma sociedade agonica, que não pode prescindir de agentes capazes de equilibrar o sistema. Talvez a solução esteja na soma de pensamentos acadêmicos, organizacionais, culturais, não governamentais e de políticas públicas. Apenas a multiplicidade poderia integrar aquilo que está em ruptura.


Fonte: Baptista, Renato Dias. Involuções corporativas. Ed. AllPrint, 2007.