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terça-feira, 28 de agosto de 2018

Sobre a hipervelocidade das informações: a resposta está soprando ao vento

Foto: Renato D. Baptista


Uma redefinição nas estratégias é condição indispensável para, entre muitos objetivos, ampliar a produção, buscar novos fornecedores, ‘decifrar’ o perfil dos consumidores, entender as novas gerações e encontrar os mecanismos corretos para gerir uma cultura cada vez mais impactada pela nova realidade informacional. A despeito dos mecanismos de gestão, o ambiente organizacional se tornou ‘hiperaberto’ e ‘hiperinfluenciado’ pelo entorno.

As informações céleres que percorrem aplicativos de comunicação instantânea como, por exemplo, o whatsapp, ‘perfuram’ todos os contextos. O principal desafio está em antecipar os efeitos das informações que podem desestabilizar uma empresa. A evidência da miscigenação entre o ambiente interno e externo alavancou a importância dessa análise. Na opinião de Hofstede (2004) cada indivíduo pertence a vários grupos ou categorias em simultâneo que correspondem diferentes níveis de cultura: Um nível nacional, dependendo do país ao qual se pertence (ou países para as pessoas que emigram durante a sua vida); - um nível correspondente à pertença a um grupo regional e/ou étnico e/ou religioso e/ou linguístico; a maioria das nações é composta por grupos culturalmente diferentes do ponto de vista regional e/ou étnico e/ou religioso e/ou linguístico.

Esse e outros aspectos levam à proposição da cultura como – também - uma construção originada por informações assimiladas que, por sua vez, modulam os comportamentos. Percorra uma análise reflexiva... A propósito, reflita sobre as seguintes perguntas:
Quais são as gerações que consomem seus produtos/serviços ou que trabalham em sua empresa? Você encontrou modelos motivacionais específicos para cada uma delas? Seus valores corporativos são efetivamente simétricos às concepções dos diferentes públicos? Eles ecoam sobre seus produtos ou serviços? Sua empresa é capaz de identificar os códigos comunicacionais vigentes? Suas respostas são tão velozes quanto ao oceano de informações?
Se você tem as respostas, ótimo! Mas, em analogia ao trecho da música de Bob Dylan*, revise tudo continuamente pois, The answer is blowin' in the Wind.


Mergulhe um pouco mais nesse universo, recomendo os seguintes livros: AUBERT, Nicole. Le culte de l’urgence: la societé malade du temps. Flammarion. BAUMAN, ZYGMUNT. Modernidade liquida. GRAY, John. Cachorros de palha. Rio de Janeiro: Record. HOFSTEDE, G. Cultures and organizations: software for the mind. New York: McGraw-Hill. KUHN, Thomas S. A tensão essencial. São Paulo, Ed. Unesp, 2011. PRIGOGINE, Ilya. O nascimento do tempo. Ed. 70, Lisboa. SENNET, Richard. A corrosão do caráter: consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record.