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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A TRANSIÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR SUCROALCOOLEIRO


O setor de agronegócios está em ebulição. Segundo a OCDE – Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico e a FAO, o Brasil é o produtor agrícola com um crescimento mais rápido e com um aumento previsto de 40% até 2019. Claro, para que isso ocorra - aliado aos outros fatores estratégicos - a renovação tecnológica deverá ser fomentada. As antigas máquinas deverão ser substituídas por equipamentos que utilizam tecnologias de ponta, fator que demarca uma nova realidade no setor.
Assim, diante do pressuposto de que as complexidades dos equipamentos exigem novas competências de seus operadores, todas essas mudanças requerem também novas formas de gestão de pessoas. É um cenário que se defronta com a capacidade de absorção cognitiva e com os frequentes gaps que podem indicar a necessidade de novas competências humanas. Mas o que são competências e quem deve desenvolvê-las? A OIT – Organização Internacional do Trabalho – ressalta que o termo "competência" abrange as atitudes, os conhecimentos e as habilidades que são aplicados num contexto específico. “Ela é obtida não só através da aprendizagem formal, mas também - e principalmente - através da aprendizagem experiencial em situações de trabalho prático.” (Ducci, apud OIT, 2010).
Para o Inter-American Research and Documentation Centre on Vocational Training, o termo competência é definido como “a capacidade efetiva de realizar um trabalho plenamente identificado com o êxito.” Por outro lado, essas competências devem ser desenvolvidas por todos dentro de uma empresa. Não são apenas os operadores de equipamentos ou os assistentes de áreas, por exemplo, que devem adquirir as competências associadas às novas tecnologias.
O aspecto de uma mudança unilateral é apresentado de modo frequente nas mídias, é como se atenuasse a responsabilidade das lideranças ou que elas, por si, já possuíssem todas as competências necessárias aos novos ambientes de trabalho.
Contudo, isso não reflete a realidade, visto que se analisarmos qualquer setor empresarial e verificássemos o atraso tecnológico, um conjunto enorme de trabalhadores despreparados ou os modelos arcaicos na gestão de pessoas, encontraríamos uma relação direta com os reflexos dos erros atribuídos às lideranças.
Nessa direção, as lideranças de todos os escalões também devem buscar identificar e adquirir competências que configuram os padrões modernos de gestão; são as lideranças que devem identificar os caminhos para uma transição empresarial.

Referências:



(*) Renato Dias Baptista é professor assistente doutor do curso de Administração da Unesp, Câmpus de Tupã.